sábado, 17 de maio de 2008

A "bondade" do homem

Vez por outra lembro-me dessa pequena história bíblica:

“Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’.
Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’.
Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”.
Lucas 18:10-14

Agride muita gente, hoje em dia, falar que o homem é mau.
Os homens, em sua maioria, consideram-se bons.
É engraçado como as coisas têm evoluído de forma que poucos atos hoje são categorizados como graves, inaceitáveis e que ferem o caráter de um ser humano.
Felizmente matar e roubar, este em menos proporções, ainda são considerados atos graves e que não devem ser praticados.
Mas diversas outras questões são normalmente aceitas: adultério, mentira, enganar alguém em favor próprio e muitos outros detalhes que, apesar de serem detalhes, tem o seu peso.

O homem adultera, mas ainda se acha bom. Mente e isso não fere o seu caráter bondoso. Engana mas é um exemplo a ser seguido, claro, para garantir lugar no mundo de hoje enganar faz parte do jogo, é normal.

Os homens praticam tantas coisas e, quando se fala que o homem é mau, pode-se ouvir os brados de revolta e é possível visualizar a lista de bondades praticadas: Ah, será que quem fala isso não lembra que damos esmolas? Ou que quando não damos é para que os pobres meninos de rua não se droguem, só por isso? Que devolvemos um troco que veio errado? Que somos tão populares, tão gente boa com os nossos colegas?

Os fariseus também eram parecidos com os homens de hoje: seguiam de maneira formalista as leis, gostavam de exaltar a seriedade do seu caráter, mas eram hipócritas.
Por outro lado, os publicanos eram cobradores de impostos no Império Romano e eram classificados como pessoas do mais vil caráter.
No entanto, aquele publicano especificamente, reconheceu seu pecado e “foi para casa justificado diante de Deus”, ao contrário do fariseu que se auto-denominou justificado.

Rio de mim mesma, ao constatar quantas vezes somo fariseus.
Olhamos pros céus como para confirmar a certeza do sorriso escancarado de Deus por causa de nós. “Ele deve estar orgulhoso”, pensamos. “Ah Deus, como sou bom!”, repetimos a cada ato “heróico” que praticamos. E chegamos quase a dizer: “Deus, ai de Ti se não fosse eu”. (Absurdo!)

As pessoas querem exaltar seus méritos, subir ao pódio e serem quase “deuses”, donos de suas próprias vidas, exclusivamente responsáveis por seus êxitos. Em resumo dizem: “Quem se exalta será reconhecido e quem se humilha será ultrapassado”.

Ainda bem que Deus é bom... Ele sim é bom e não nós.
Felizes somos quando reconhecemos que nossos melhores atos não passam de trapos de imundícia se comparados à bondade de Deus. Intenções boas temos aos montes, mas entre elas e a ação praticada há uma longa distância.
Bem dizia Paulo da Bíblia, em Romanos 7:19: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço”.
Alguém discorda?

Um comentário:

Klebson Carneiro disse...

Eita como eu vou espalhar esse post pra um bocado de gente.
Beijo minha linda.