Vez por outra lembro-me dessa pequena história bíblica:
“Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’.
Mas o publicano ficou à distância. Ele nem ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, dizia: ‘Deus, tem misericórdia de mim, que sou pecador’.
Eu lhes digo que este homem, e não o outro, foi para casa justificado diante de Deus. Pois quem se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado”. Lucas 18:10-14
Os homens, em sua maioria, consideram-se bons.
É engraçado como as coisas têm evoluído de forma que poucos atos hoje são categorizados como graves, inaceitáveis e que ferem o caráter de um ser humano.
Felizmente matar e roubar, este em menos proporções, ainda são considerados atos graves e que não devem ser praticados.
Mas diversas outras questões são normalmente aceitas: adultério, mentira, enganar alguém em favor próprio e muitos outros detalhes que, apesar de serem detalhes, tem o seu peso.
Por outro lado, os publicanos eram cobradores de impostos no Império Romano e eram classificados como pessoas do mais vil caráter.
No entanto, aquele publicano especificamente, reconheceu seu pecado e “foi para casa justificado diante de Deus”, ao contrário do fariseu que se auto-denominou justificado.
Rio de mim mesma, ao constatar quantas vezes somo fariseus.
Olhamos pros céus como para confirmar a certeza do sorriso escancarado de Deus por causa de nós. “Ele deve estar orgulhoso”, pensamos. “Ah Deus, como sou bom!”, repetimos a cada ato “heróico” que praticamos. E chegamos quase a dizer: “Deus, ai de Ti se não fosse eu”. (Absurdo!)
As pessoas querem exaltar seus méritos, subir ao pódio e serem quase “deuses”, donos de suas próprias vidas, exclusivamente responsáveis por seus êxitos. Em resumo dizem: “Quem se exalta será reconhecido e quem se humilha será ultrapassado”.
Felizes somos quando reconhecemos que nossos melhores atos não passam de trapos de imundícia se comparados à bondade de Deus. Intenções boas temos aos montes, mas entre elas e a ação praticada há uma longa distância.
Bem dizia Paulo da Bíblia, em Romanos 7:19: “Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço”.
Alguém discorda?